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Ricardo Parreira, CEO da PHC (Foto: Divulgação)

“Trabalhamos melhor num ambiente com descontração” – Ricardo Parreira

A gestão moderna junta uma forma descontraída de trabalhar com o alto nível de profissionalismo. É esta a visão de Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, tema que vai ser abordado em mais um episódio das PHC Exec Talks, das quais a PME Magazine é media partner. Conheça a melhor forma de equilibrar uma gestão profissional e descontraída.

PME Magazine – Como conseguir equilibrar uma gestão profissional e ao mesmo tempo descontraída?

Ricardo Parreira – Pensar num equilíbrio é partir do pressuposto que são antagónicos, o que está longe de ser verdade. Existe um grande mito em Portugal de que apenas se é profissional se tivermos uma atitude muito pouco descontraída. Lembro-me de haver empresas em que o simples ato de rir era visto como um sinal de que se estava a brincar. Esse tipo de culturas não tira o melhor e o maior potencial das equipas. Trabalhamos melhor num ambiente com descontração. Aliás, é um fenómeno importante para o sucesso, mas é preciso estar no ADN da empresa e ser implementado com uma cultura escrita, com comportamentos aceites e não aceites, e um trabalho de liderança em toda a empresa. Tudo isto se reflete no dia-a.dia. E, quando é conjugado com a paixão pelo que fazemos e a excelência na entrega, não é o melhor de dois mundos; é um mundo melhor onde desfrutamos do trabalho e somos altamente produtivos. 

PME Mag. – Isso não pode causar a sensação de demasiada descontração do outro lado?

R. P. – Compete à empresa, e aos seus líderes, evitar que isso aconteça. Tem de se recrutar pessoas que encaixem neste tipo de mentalidade e tem de se trabalhar a cultura internamente, para evitar que alguém se esqueça o lado “profissional” da frase. Tem de ser claro, em todos os momentos, que sermos descontraídos não faz com que seja aceite chegar atrasado a reuniões, ter trabalho abaixo do padrão de qualidade, ou faltar a compromissos. Pelo contrário, ser descontraído exige um nível de responsabilidade grande na entrega, pois seremos avaliados pela sua qualidade e o impacto que causa. Isto tem de ser vivido todos os dias. E relembrado sempre que possível para evitar desvios.

Tem de ser claro, em todos os momentos, que sermos descontraídos não faz com que seja aceite chegar atrasado a reuniões, ter trabalho abaixo do padrão de qualidade, ou faltar a compromissos.”

PME Mag. – Que conselhos tem para os gestores que queiram adotar esta postura, mas tenham medo de perder autoridade?

R. P. – Diria que o mais importante passa por estudar as boas práticas que existem nesta área, para conhecerem os seus benefícios e como podem colocá-las em prática. E depois começar a aplicar. Testar o que funciona na empresa. E repetir as mensagens. Avaliar. Por exemplo, na PHC Software, todos os colaboradores são avaliados em função dos valores da cultura da empresa, o que permite um alinhamento entre o que é esperado em termos de atitude e de resultados. São pormenores como estes que fazem a diferença a longo prazo. Ter uma gestão descontraída, mas profissional, requer um esforço para ter a cultura profissionalizada e as pessoas identificadas com esta forma de estar. Está longe de acontecer por acaso.

PME Mag. – Quais as vantagens deste tipo de gestão para as equipas?

R. P. – Existem duas grandes vantagens. A primeira é que torna a empresa num local muito mais agradável para se trabalhar. Passamos tanto tempo da nossa vida a trabalhar, que mais vale estarmos num ecossistema onde nos sentimentos bem, em que nos podemos rir, somos bem tratados e existe preocupação connosco. Isto aumenta a atratividade de uma empresa, motiva os colaboradores e também ajuda na fidelização do talento. Depois, os resultados. Pessoas motivadas produzem mais, dão o melhor de si e são capazes de produzir em equipa algo que de outra forma não seria possível. Costumo dizer que a felicidade é lucrativa, e, numa empresa, ela é possível quando combinamos a descontração com o alto profissionalismo.